segunda-feira, 7 de julho de 2014

García Marquez, Hélio Pellegrino e o cocô

Os livros na estante, mexer neles, pegá-los ao acaso, folheá-los: Eis algo que me traz muito prazer e “redescobertas”. Abaixo uma delas, um trecho da bio de Hélio Pelegrino na série Perfis do Rio, escrita por Paulo Roberto Pires.

“Menos emocionado e infinitamente mais inusitado foi o encontro entre Hélio e Gabriel García Marquez, que então dava os últimos retoques em O amor nos tempos do cólera e também fora a Cuba para uma reunião de intelectuais com o líder cubano. Durante horas, ambos travam um diálogo inacreditável, transcrito por frei Betto em O paraíso perdido:

- Os homens se dividem entre os que cagam bem e os que cagam mal – disse Gabo, confessando-se estar incluído entre os segundos e ter inveja dos primeiros.

- É isso mesmo – animou-se Hélio, que não iria perder a chance de criar uma tese. – O sujeito, ao sentar na privada, entra em contato com aquilo que é mais abjeto em sua intimidade, a excrescência repelida pelo organismo e seu odor fétido. Há quem retenha as fezes como se temesse perder parte de si mesmo. Neste caso, o sujeito caga como quem sofre uma cirurgia, sofrendo que as vísceras lhe escapem por baixo.

- Eu gostaria de cagar na hora certa, como os europeus que se levantam da mesa do café e se dirigem à privada – diz o escritor.

- Alguém deveria fazer um estudo comparativo sobre a consistência do cocô. Há bostas piramidais, bostas compridas como a dos cães, bostas aguadas e disformes, como quem está sempre de caganeira – prossegue Hélio numa conversa infindável”.



Quer seguir no assunto? No link abaixo, a classificação do cocô segundo Vinicius de Moraes e Ronaldo Bôscoli

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