sexta-feira, 19 de junho de 2009

Anjos e demônios de Lou Reed

Berlin, de Lou Red, deve ser um dos discos mais tristes já gravados – não por acaso encerra com uma canção chamada Sad Song. É de 1973, foi um fracasso de vendas, o tempo o transformou em obra prima e há muito frequenta minha galeria de favoritos. Volta e meia, aquelas canções sobre amor, perda e dor retornam a me inquietar. E quase sempre é como se as ouvisse pela primeira vez.
E não é que nessa noite quieta e fria elas estavam à minha espera de um jeito diferente. Ao acaso, assisti na tevê Berlin, um documentário que Julian Schnabel dirigiu a partir de shows que Lou Reed fez em Nova York, em 2006, com as canções do disco.

E o que fez Schnabel? Simplesmente filmou tudo sem a menor afetação e ilustrou aquelas canções maravilhosas com imagens que beiram o onírico. Quem assistiu O Escafândro e a Borboleta sabe que o diretor não é de brincar em serviço. Anjos, a atriz francesa Emanuelle Seigner transformada em Caroline e o melhor: Lou Reed ali, tomado por aquelas canções, exalando sinceridade a cada sílaba. E como atração extra, Anthony nos backings. Bem no finalzinho, Anthony, que é protegido de Lou Reed, solta aquela voz de anjo na clássica Candy Says, e seu corpo parece tremer a cada acorde. É de arrepiar. Ao final, Lou Reed olha pra ele com aquele cara de não tô acreditando (abaixo, o vídeo). Berlin, o filme, é obra-prima. E agora vi que existe em DVD – não descanso enquanto não comprar.

terça-feira, 9 de junho de 2009

O fim da espera

Tem certos discos que aguardo com ansiedade, com ansiedade juvenil. Foi assim com Pelo Sabor do Gesto, da Zélia Duncan. E não me faltavam motivos. Pra começar, faz um bom tempo que ela é uma das cantautoras mais interessantes. A moça é ousada, cerca seus discos de um cuidado especial e não grava por gravar. E mais: é tão doida por música quanto eu e parece manter a coisa da fã. Duvida? Ela deu um tempo na carreira solo pra ajudar a reviver Os Mutantes. E foi resgatar Simone pra uma parceria muito interessante.

E mal podia esperar pelo CD novo porque sabia que tinha duas versões de músicas da trilha encanto total do filme francês Canções de Amor (trailer no fim do post). Mais: ela foi atrás de Telhados de Paris, tão bela quanto antiga do Nei Lisboa, que é ídolo no sul e bem pouco conhecido no resto do país. Zélia sempre se declara maluca por Rita Lee e caprichou na escolha de Ambição, escondida na trilha de uma novela dos anos 80. A própria Rita regravou no início dos 90 mudando alguns versos. Zélia preferiu a versão original.

Bom, a espera pelo acabou hoje e meio que matei o horário do almoço pra comprá-lo. Ouço agora de novo e de novo. Simplesmente ouço e me encanto, pelo sabor do gesto.

sábado, 6 de junho de 2009

Meus clones

Sabe com quem você se parece? Já ouvi muito isso e nem sempre é com a mesma pessoa. A lista é quase grande. Começa com Jack Lemmon. Esse é quase unanimidade. Um cantor chegou a interromper uma entrevista pra me falar isso e ainda acrescentou com uma piscadinha“e olha que Lemmon é meu ator preferido”. Eu ri. E teve uma atriz também que me olhava muito num restaurante. Amigos em comum nos apresentaram e ela disse que tava impressionada com minha semelhança com o ator norte-americano. Já coloquei essa foto aí do lado no MSN e ninguém disse que não era eu.

Os outros três mais citados são relacionados à música. Um é o Nelson Motta, até motivo de piadas entre os amigos. Uma bêbada simpática, sempre batendo ponto, num bar aqui do lado de casa, toda vez que me vê berra: “e aí, Nelson Motta”.
O outro é menos conhecido, o percussionista Marcos Suzano. Certa vez, frente a frente com ele, fiquei impressionado: a mesma boca cortada a faca, o nariz e até o cabelo (agora ele tá careca, mas continua minha cara). E muita gente já veio até mim achando que era o cara.
O terceiro é um superstar... inglês: Mr. Elton John, que, aliás, foi um dos meus primeiros ídolos. Certa vez, num parque, uma garota deixou o namorado de lado e veio até mim: “já te disseram que você é a cara do Elton John?”. Eu ri meio amarelo. E isso já se repetiu em elevadores, no cinema... O que eu queria mesmo saber é que semelhança existe entre Jack Lemmon, Nelson Motta, Marcos Suzano e Elton John? Bom, de repente misturando todos resulta eu, né.

Quem quer brincar de boneca? Texto de Vange Leonel

O filme Barbie está por todo lado. E de tanto ouvir falar em boneca, me lembrei de um texto de Vange Leonel sobre elas e fui até grrrls - Ga...